segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Ipê roxo


Hoje enquanto caminhava à passos um pouco excessivamente lentos, para tardar o máximo possível a chegada em meu malfadado destino...
Numa segunda-feira fria e chuvosa...
Talvez para os observadores mais atentos, parecia que eu estava dando dois passos para trás e um para frente. Ou "à passos de tartaruga". Embora eu sempre achara uma ofensa, enquanto esse animal sobreviveu eras, os mais velozes sucumbiram...
Enfim...
Vou caminhando, na espectativa de um dia cinza, ou cinza seria a minha aura hoje?!
Sob a garoa fina e em meio as brumas...
Eis que resplandecente, surge um ipê roxo... um lindíssimo ipê roxo... em meio a paisagem urbana. Sobre o gramado, as suas flores, destacando-se num ambiente inóspito, mórbido e entendiante...
Uma imagem bucólica...
Um sopro de vida, em meio ao concreto... em meio a uma selva de pedras...
Transformando completamente aquele quadro, um quadrante perfeitamente, colorido...
Como se fosse uma lembrança querida, em meio a devaneios...
Cheguei a suspirar...
Eu não queria prosseguir, por um momento meu destino perdeu a pressa, a chuva molhando meus cabelos, perdeu o sentido... os traseuntes esbarrando, preocupados com seus próprios problemas... as buzinas, o vento... o celular de alguém, a freada brusca, o grito...
A última imagem que ficara gravado em minha mente, fora o esplendor  ipê roxo... em meio a tudo mais que perdera a importância, em meio as pessoas que não lhe davam a importância devida...
Ainda assim... ele continuava lá... florindo... transformando meu dia...
Lembrando-me de algo há muito esquecido...
Parecendo apenas feliz... por ser e estar...

Litssu Melo

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