Eu poderia estar escrevendo para esquecer... mas estou escrevendo para lembrar...
Embora, hoje meu diário, permanece com as páginas em branco...
E se fosse preenchê-lo com algo, hoje não seriam com letras...
Seriam com traços...
Num esforço para tentar ser fiel aos seus traços...
O rosto bonito do qual eu via no final do dia...
Compreendo a sua atitude cada dia mais...
Em me poupar, em me preservar do pior...
Mas, não pode existir nada pior...
Que essa angústia dilacerante da qual vivemos diariamente...
A distância que outrora feria fisicamente... agora rouba o meu ar...
Um amigo próximo pediu-me que escrevesse sobre sóis...
Mal sabe ele... que estou presa numa noite sem luar, sem estrelas...
Numa noite tão escura quanto silenciosa...
E nesse momento... sem palavras também...
Apenas meu coração solitário... consigo ouvir...
Porém ele não rompe o silêncio sepulcral em que me encontro...
Meu coração, está batendo cada vez mais lento, em vez disso...
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